Relacionamento

A arte de se separar

 

 

Não há relacionamento que seja imune a crises. Desgaste pela rotina, falta de dinheiro, discordâncias quanto a criação dos filhos, perda de desejo pelo parceiro, traição, falta de reciprocidade… A lista de disparadores de crises é longa e nem sempre tem um final feliz na vida do casal.

Muitas vezes, após tentativas de reconciliação, percebe-se que a melhor solução é tomar rumos diferentes e se separar de vez. O problema é que poucas coisas podem ser tão desgastantes e complicadas como uma separação. Isso porque, quando juntamos os trapinhos com os de outra pessoa, passamos a sonhar juntos, criamos fantasias, expectativas, fazemos planos de um futuro comum. Separar-se envolve se distanciar deste futuro sonhado em conjunto, em construir um novo futuro.

Grande parte das vezes, no entanto, a decisão parte de um dos parceiros e o outro precisa dar conta de se reorganizar, interna e externamente, para assimilar a nova realidade, o que frequentemente gera revolta, tristeza, insegurança, sentimentos de fracasso, além da famosa “saudade daquilo que a gente ainda não viveu”, típica de quem sonhou um futuro comum, mas acabou sozinho.

No momento em que tomamos consciência de que o relacionamento precisa terminar, passamos por uma prova de maturidade. Como separar o sonho da realidade sem destruí-la? Como se separar e resguardar uma história que foi positiva (apesar das incompatibilidades), sem ferir a honra de meu companheiro? Como gerenciar filhos, agregados, bens e tudo mais que seja fruto da união, sem comprometer a saúde emocional de ninguém, sem desequilibrar financeiramente nenhuma das partes e sem causar grandes estragos futuros?  Talvez isso seja impossível, talvez separar-se implique em desestabilizar, em deixar cicatrizes. Por isso é que costuma ser uma decisão muito sofrida e postergada dentro dos relacionamentos em crise.Talvez, separar-se seja uma arte, onde é preciso dom, talento e sorte para ter sucesso…

Como saber se chegou a hora de se separar?

Não estamos felizes 100% do tempo num relacionamento e isso tem muito a ver com as expectativas que cada um tem em relação ao outro, mas ser negligenciado constantemente é desgastante e acaba com a paz de qualquer um. Caso esteja sempre insatisfeito, com a sensação de que se manter na relação esteja prejudicando a sua vida, avalie, reflita e considere a possibilidade de terminar a relação.

Frequentemente, as pessoas se mantêm em uniões infelizes por motivos como medo de traumatizar os filhos, dependência emocional e financeira, baixa autoestima e vergonha do fracasso. É importante colocar-se no centro da questão, ponderar se a união é saudável, se pode de fato melhorar e caso sinta que a crise não tem mais solução, fazer um exercício de vislumbrar um futuro sem o parceiro, numa nova realidade.

Houve traição?

O conceito de fidelidade é determinado por cada casal, por meio de combinados entre eles. Se ocorrer uma traição e isso não for bem trabalhado entre as partes, novos problemas vão surgir, como o ciúme excessivo, a castração da liberdade do outro, a perda de confiança, a falta de comunicação, etc. Uma alternativa nestes casos é buscar por uma terapia de casal, para refletir sobre possibilidade de restaurar a relação ou pela separação.

As brigas são constantes?

Quando a vida do casal torna-se insuportável, uma alternativa sadia pode ser a separação. Se vocês já não conversam nada além do estritamente necessário ou se os decibéis estão cada vez mais altos nas DRs; se não há mais respeito, cumplicidade, amizade,  é preciso se questionar se ainda têm algo em comum, além de morar sob o mesmo teto.

Reflita: seu parceiro se mostra rude constantemente? Ele te desrespeita, desqualifica ou negligencia seus sentimentos e necessidades com frequência? Se sim, é hora de repensar o futuro da relação.

Brigas frequentes são um sintoma de que a relação não vai bem, de que há questões a serem resolvidas. As decisões sobre como agir em cenários como estes, entretanto, devem ser tomadas após a discussão, não no momento em que a raiva surgir. Em posse de seu autocontrole e poder de julgamento, avalie se a separação não seria a melhor solução.

Seu parceiro tem ciúmes excessivo?

Relacionamentos tóxicos e abusivos são muitas vezes causados pelo excesso de ciúmes do parceiro. Desconfianças, reclamações constantes, perda de privacidade, controle dos passos do outro são indícios de que não há confiança, o que compromete o futuro de qualquer relacionamento.

Se você perceber que não tem mais o controle da sua vida, e está vivendo um relacionamento abusivo, procure ajuda profissional para se desvencilhar e manter sua integridade física e mental.

Tentou terapia de casais?

Separar-se de forma saudável, sem culpas nem manipulações não é tarefa fácil. Muitos casais resolvem que precisam se separar, mas na prática não conseguem, porque a separação é uma experiência extremamente dolorosa e desgastante. A terapia de casais entra nesse contexto para colaborar para estabelecer um novo equilíbrio no relacionamento ou auxiliar na elaboração de seu término.

Quando ambas as partes estiverem comprometidas com a mudança e a superação da crise, a terapia de casal foca em reconstruir e fortalecer a relação. Entretanto, muitos casais só recorrem á terapia quando já desistiram do relacionamento e buscam forças e estrutura para fazer uma separação amigável. Seja qual for o caso, a terapia sempre vem a somar e trazer mais equilíbrio nas tomadas de decisão do casal.

Há uma luz no fim do Túnel!

Estar ciente de que apesar do sofrimento que causa, a separação pode sim ser a melhor solução para um relacionamento. Saber que sobreviverá à separação não impede de ficar indeciso, sentir medo e a dor da perda. Enfrentar perdas, porém, é um dos maiores desafios do ser humano. Por isso, abdicar de um relacionamento e de uma possibilidade de vida em que se acreditou um dia, precisa ser bem elaborada. Muitas vezes, o momento em que se tem a clareza da necessidade de se separar traz alívio, pois supõe o fim de uma série de situações indesejadas.

Muitos casais se surpreendem ao se darem conta de que a separação provoca mais alívio do que dor; isso acontece quando notam que já sofreram tanto ao longo dos anos, que separar-se sinaliza o fim de todo aquele sofrimento.

Apesar de a separação ser uma perda, uma ruptura, um luto, é possível transformá-la em um momento de elaboração e uma oportunidade de reconstrução de nosso próprio “eu”. Assim, a autoestima, que estava baixa, tende a se fortalecer e readquirimos confiança para dar os próximos passos. Reestruturando nossa autoimagem, reaprendemos a nos amar, perdoamos nossos erros e os do outro, e adquirimos a confiança necessária para seguir a vida com serenidade.

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