Família

Pai ignora preconceito e aprende balé para ajudar filhas autistas

Joilson Santos, de 54 anos, sempre foi conhecido por ser uma pessoa “rústica”, como ele próprio diz, por isso, o espanto foi geral quando este começou a frequentar aulas de balé no Centro Cultural Maestro Miro, em Feira de Santana, na Bahia. Mas o motivo que o levou a fazer tal coisa é muito maior do que todos os maus comentários que ouve diariamente – o bem-estar e felicidade das suas duas filhas, Isabelle e Iasmim, ambas autistas.

Além de Joilson, também a sua esposa, Jaqueline, acompanha as meninas nas aulas de balé, ficando esta com Isabelle, e Joilson com Iasmim.

Apesar de ser o único homem na sala de aula, isso não o intimida, dedicando-se a 100% à tarefa e mostrando como se fazem os passos correctamente, de cada vez que uma filha erra o movimento.

Quando que imaginei que meu marido, bruto desse jeito, ia dançar balé?“, brincou Jaqueline, numa entrevista ao Correio 24 Horas. Esta recordou também que no início não foi fácil lidar com os comentários maldosos de que eram alvo, assim que a vizinhança tomou conhecimento desta nova actividade do marido. “Não gosto nem de falar sobre isso. Já falaram muita coisa feia para a gente”, lembra Jaqueline.

Crédito: Marina Silva/Correio da Bahia

As provocações chegaram mesmo a vir da própria família, tendo o irmão Juaci Salomé perguntado em tom de gozação: “Tá fazendo balé agora, Joilson?”. Contudo, mais tarde, percebeu que na realidade, a sua dedicação à família era tanta que nem queria saber do que pudessem dizer.

“Achei estranho, ele é o mais rústico da família. Mas vi depois que ele tem sensibilidade a ponto de aprender até balé para ajudar as filhas”, disse Juaci.

Hoje em dia, Joilson já nem liga aos comentários, inclusive os que ouve no trabalho, quando os colegas dizem: “Quer dizer que você é bruto aqui, mas lá mansinho”.

Crédito: Marina Silva/Correio da Bahia

Pedreiro há 28 anos, Joilson encara as aulas de balé como uma rotina, dirigindo cerca de 30 minutos do bairro de Viveiros em direção ao espaço, no bairro de Muchila, com a sua família, onde juntamente com mais 8 crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista, dançam como método de tratamento.

As aulas de balé são gratuitas e são do projeto Arte de Viver, mantido pela Prefeitura de Feira de Santana, e aberto a doações, sendo que a primeira turma do Ballet Azul é também a primeira no Brasil dedicada a pessoas autistas com acompanhamento dos pais. “Percebi que os pais seriam grandes mentores. Comecei a pedir que eles repassassem tudo que era ensinado aqui. Vi que começaram a interagir bem mais”, explicou o professor Adauto Silva.

Fontes: Razões Para Acreditar e Correio 24 Horas

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