Ensinar uma criança a pedir desculpas é daqueles desafios que mais fazem mães e pais testarem suas virtudes educativas. Já é muito difícil assumir que o que se fez foi errado ou ruim, mais difícil ainda é verbalizar que reconhece o próprio erro, e pior ainda é tentar se retratar por meio do perdão daquele que foi “lesado”.

Pode parecer uma sequência de autodesvalorização e humilhação auto infligida, mas é acima de tudo uma atitude de valorização e respeito em relação ao outro. Pedir desculpas, mais do que um gesto básico de educação, é um pacto de respeito com o outro, no qual subentende-se que seja lá o que causou o problema, não vai se repetir. Pelo menos essa é a ideia… Retratar-se é uma arte e envolve sensibilidade e compromisso para ser efetiva tanto para quem errou, quanto para aquele que avaliará a possibilidade de acatar as desculpas do outro.

Quando um indivíduo cresce com a visão de que se desculpar é se humilhar, tenderá a agir na vida adulta de forma arrogante e orgulhosa; é aquela pessoa que se acha dona da razão, que raramente reconhece os seus erros e nunca tenta se retratar diante dos que ofendeu, machucou ou prejudicou.

Infelizmente, pessoas assim só aprendem a se desculpar diante de muita pressão, por medo das consequências negativas ou depois se se darem muito mal por não terem assumido os próprios erros. Afinal, no mundo de gente grande não tem papai e mamãe para passarem a mão na cabeça do filhinho teimoso e com toda paciência do mundo ensinarem a pedir perdão de verdade.

Para incorporar o hábito de pedir desculpas, no entanto, há algumas dicas que podem facilitar o processo para quem tem essa dificuldade:

  1. Não se deprecie: desculpar-se não é se humilhar, é demonstrar humildade e respeito ao outro. Não diga coisas como “sou um lixo, etc…”
  2. Desculpe-se pelo ato, não por ser quem é: se disse algo que magoou, peça perdão pelas palavras que usou, não por existir ou ser quem é, por exemplo…
  3. Seja criativo: caso seja muito incômodo verbalizar “desculpas, ou perdão”, recorra ao “foi mal!”, “me confundi, deixei passar, me enganei, etc…” É possível transmitir que reconhece o erro e está tentando se retratar, mesmo sem dizer as “palavrinhas mágicas” que tentaram te ensinar na infância.
  4. Ofereça uma solução: se quebrou algo, diga (e cumpra) que vai dar outro; se falou uma bobagem, diga a coisa certa; se se esqueceu de uma data importante, leve um agrado e remarque o compromisso… Desculpar-se vai além das palavras, é assinar um compromisso com a mudança de atitude. Sem isso, perde seu sentido.

Vá em frente, amigo e assimile pedir perdão aos outros quando errar. Errar todos erramos, o que nos diferencia, em última estância, é como agimos diante destes erros.






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