Saúde

Ansiedade: quando é preciso tratar

 

 

Num mundo repleto de estímulos, cobranças, temores, doenças, conflitos políticos e religiosos, com tantas desigualdades socioeconômicas, problemas ambientais, ameaças à vida e à paz, fica fácil rotular a ansiedade como um mal contemporâneo, inerente ao nosso momento. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking, com quase 10% da população altamente ansiosa.

Entretanto, há um limite entre o normal e o patológico. Ansiedade, diferentemente do estado de preocupação, é um problema grave, que pode levar à depressão e até suicídio, por isso identificar e tratar o transtorno é tão importante. Mas como identificar e perceber as diferenças entre preocupação e ansiedade? Como identificar se alguém está passando por uma crise ou transtorno de ansiedade? Quando é necessário procurar ajuda?

1)Pensamentos catastróficos x cautela

O estado de preocupação é absolutamente normal e até desejável. Quando nos preocupamos, tomamos medidas para que tudo dê certo, nos preparamos para evitar situações desagradáveis. O nosso organismo se prepara também para enfrentar situações de tensão, por meio de alterações hormonais que nos predispõe a reagir aos estímulos adequadamente. Isso garante nossa segurança e bem-estar.

Pessoas com transtornos de ansiedade, entretanto, sofrem com pensamentos catastróficos e reagem exacerbada e desproporcionalmente às situações. O quadro pode persistir por dias, semanas ou até meses, muitas vezes levando a pessoa à exaustão.

2) Medo x Pânico               

O medo é um sentimento primário, faz parte da vida de qualquer pessoa, em certas situações. Ele funciona como uma proteção, que nos sinaliza quando certas atitudes e ocasiões podem nos deixar em situação de perigo. Isso é normal e esperado. Porém, o medo exagerado indica uma das principais diferenças entre preocupação e ansiedade. As crises e o transtorno de ansiedade deixam a pessoa com pânico de situações banais, como sair de casa, encontrar amigos e ir ao banco. Neste caso o medo pode deixar o indivíduo incapacitado a desempenhar atividades rotineiras, quadro que requer intervenção e tratamento.

3) Sintomas físicos do transtorno de ansiedade

O transtorno de ansiedade gera sintomas físicos importantes ao longo do tempo: insônia, dores ou musculares e problemas gastrointestinais são os mais frequentes. Também a sensação de falta de ar, causada pela hiperventilação, falhas na voz e sensação de nó na garganta podem ser sinais claros de que você está passando por um período de muita ansiedade. A diferença entre preocupação e ansiedade está em não haver uma causa determinada para a pessoa se sentir assim, não é algo ligado a um evento específico, como uma apresentação no trabalho, um encontro especial ou uma cirurgia, por exemplo. São sintomas que surgem “do nada”, sem causa aparente e de forma muito intensa.

4) Organização extrema, perfeccionismo, comportamentos compulsivos

A ansiedade está diretamente ligada a comportamentos exacerbados, como necessidade extrema de organização e perfeccionismo e pode levar a comportamentos compulsivos. Podem surgir rituais, em que a pessoa se impõe certos comportamentos para conseguir certos resultados e tomar decisões. A pessoa pode, por exemplo, definir que se der três goles de água bem depressa e sem respirar, vai tirar dez na prova! O ritual traz uma sensação irreal e provisória de segurança, como se fosse uma ferramenta (inadequada) para amenizar a ansiedade. Por isso, é importante identificar quando um comportamento passa a complicar a rotina.

5) Dificuldades para se expor

Dificuldade exagerada para falar em público e isolamento social podem ser sintomas do surgimento de uma crise, transtorno de ansiedade ou depressão. Comportamentos simples, como comer em público e pedir uma informação são desafiadores para pessoas com esses quadros. Sintomas como taquicardia, suor e tremor sinalizam necessidade de tratamento.

Quando procurar por ajuda?

Frequentemente, pessoas próximas a nós são os primeiros a identificar que algo está estranho, que estamos diferentes e com problemas. Fazer um autodiagnostico não é simples e requer conhecimentos específicos. Por isso, esteja aberto à percepção daqueles que convivem com você e o conhecem bem, para procurar por ajuda profissional, se for o caso.

Dependendo do comprometimento e intensidade dos sintomas, iniciar um plano de yoga, investir num grupo de meditação, acupuntura, homeopatia, etc, podem trazer bons resultados. Quando o quadro for mais intenso, no entanto, é preciso auxílio de um psicólogo ou psiquiatra, podendo ou não haver necessidade de medicação.

 

Homem na Prática

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