Muitos sonham com o dia em que vão poder aposentar seus carros, roupas sociais e as formalidades de um ambiente de trabalho tradicional e trabalhar do sofá de casa, quando lhes bem convier, com os trajes que bem entenderem. Imaginam que o home office vai ser a solução para todos os seus problemas, que vai ter tempo de sobra pra curtir a vida e ocupar o tempo com outros afazeres mais agradáveis.

De fato, esse modelo de trabalho traz maior autonomia e liberdade, e quando bem organizado se converte em mais lucro para as empresas. Dentre suas maiores vantagens estão trabalhar em horários alternativos, que permitem conciliar o convívio familiar e outras atividades, como a prática de esportes, ir ao médico, fazer cursos, etc. Além disso, trabalhar em esquema de home office aumenta a motivação do funcionário e eleva a produtividade, uma vez que não há interrupções de colegas ou reuniões desnecessárias. Bom para o trabalhador, melhor ainda para a empresa que o emprega.

Entretanto, não é sempre que é possível trabalhar no esquema remoto. A empresa deve possuir um programa que permita esta modalidade. Além disso, em muitas situações pode haver uma limitação por conta da restrição de algumas atividades. Certas tarefas exigem que o funcionário compareça no local de trabalho com alta frequência. Isso ocorre quando as ferramentas que ele necessita para fazer seu trabalho estão fixas na empresa (não são portáteis, são perigosas ou sigilosas). A interação contínua com outras pessoas para executar suas funções também pode ser um impeditivo para a implantação do home office.

Alguns perfis de trabalhadores também não são indicados para adotar o home office. Trabalhar de casa requer muita disciplina e maturidade, além disso, o ambiente tradicional de trabalho costuma oferecer a estrutura necessária para que algumas atividades se desenrolem. Funcionários muito jovens, por exemplo, precisam aprender como funciona a estrutura da empresa e aprender a dinâmica do trabalho. Além disso, o acompanhamento de um profissional “sênior”, como suporte e orientador pode ser necessário nesses casos.

Pessoas com tendências workaholics, sem limites para o trabalho, também devem evitar esse modelo, pois tendem a atravessar madrugadas, finais de semana, feriados em função do trabalho. O home office para os viciados em trabalho é um tiro que sai pela culatra, ao invés de trazer mais liberdade, aprisiona.

Pessoas muito sossegadas e relaxadas, que não têm tanto foco e disciplina também não se beneficiam deste modelo. Ao contrário. uma vez que se deixam levar por distrações, como o gato que mia, a campainha que toca, os vizinhos que fazem barulho, etc, podem perder prazos, executar mal suas tarefas e ter um rendimento pior, pondo em risco o próprio trabalho.

Mesmo com muitas vantagens, trabalhar em casa não é um mar de rosas

Você pode estar em duas situações distintas para trabalhar remotamente: como empreendedor/autônomo, ou como contratado de uma empresa. No primeiro caso, é preciso dedicação total. Quem é o próprio chefe sabe que o expediente não acaba no final do dia e que finais de semana acabam virando dias úteis. Já no segundo cenário, se você trabalha em casa para uma empresa, há também uma chance grande de que passe a trabalhar mais do que no escritório tradicional.

Para ser efetivo e compensador, o trabalho remoto não inclui pausas para o cafezinho, nem papo com colegas, trabalha-se de forma mais intensa. Eventualmente, o trabalho também envolve deslocamentos e reuniões com parceiros e chefes.

Apesar de ser uma tendência, o modelo de home office tem alguns desafios para ser adotado de vez no Brasil. Aspectos como a segurança no uso de computadores: instalação de firewall, antivirus, as atualizações de software, questões de compatibilidade, acesso a uma conexão segura com a rede da empresa (de modo que seus dados estejam protegidos das ameaças do mundo virtual); além da segurança com a identidade de quem executa de fato as funções, os problemas de infraestrutura, a garantia de comunicação eficiente e acessível entre o trabalhador e a empresa, entre outros, compõe uma lista de gargalos a serem resolvidos.

Para finalizar, a legislação brasileira ainda não aborda o modelo de home office, o que acaba deixando o empregador muito exposto a questões jurídicas. Mesmo assim, o trabalho remoto deve ser encarado como uma possibilidade real e bem vinda, que tem muito a beneficiar tanto empregadores quanto empregados.

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