Não espere receber o que você dá, ofereça o que você é!

Os relacionamentos interpessoais são uma arte complexa que envolve equilibrar o dar e receber. Nós damos amor. Nós nos comprometemos. Nós nos sacrificamos. Investimos nosso tempo. Revelamos nossas emoções. Nós nos esforçamos. E esperamos receber o mesmo em troca.

Essa expectativa de reciprocidade baseia-se, fundamentalmente, na crença em uma espécie de justiça universal. Acreditamos que, mais cedo ou mais tarde, tudo o que demos nos será devolvido.

Estamos convencidos de que o universo, de alguma forma, mantém uma espécie de livro-razão onde registra nossas boas ações e, mais cedo ou mais tarde, cuidará de devolvê-las para nós.

No entanto, essa mentalidade transacional, ou seja, que espera a reciprocidade só levará à frustração e decepção porque a vida é injusta, o universo não mantém um livro-razão e as pessoas nem sempre nos devolvem o que damos a elas.

Os princípios subjacentes à mentalidade transacional

Muitas pessoas desenvolvem inconscientemente uma mentalidade transacional. Esse tipo de mentalidade é baseado em dois princípios fundamentais:

Valoriza a troca no relacionamento. A pessoa com uma mentalidade transacional se concentra mais no que receberá do que na qualidade do relacionamento que está estabelecendo.

A pessoa só oferece amor porque espera receber o amor de volta. Ela ajuda o outro porque espera que o outro a ajude em algum momento.

Ela se compromete porque espera que não a deixem sozinha.

Ela transforma o relacionamento em uma espécie de “conta de investimento” na qual ela apenas deposita atenção, cuidado e tempo porque espera receber exatamente o mesmo em troca.

Prioriza suas próprias necessidades sobre as dos outros. Embora as pessoas com uma mentalidade transacional possam parecer muito comprometidas e abnegadas, seu objetivo final é, na verdade, “negócios”.

Elas estabelecem relacionamentos na esperança de que os outros satisfaçam suas necessidades e que, se necessário, se submetam de forma submissa a segundo plano para priorizá-los.

Sua abordagem é fundamentalmente egocêntrica porque elas tentam usar os outros como peças de xadrez que podem mover como quiserem.

Essas pessoas acreditam que ajudar e amar é uma espécie de cheque em branco que os outros devem estar dispostos a pagar a qualquer momento.

Pessoas que vivem esperando receber o que oferecem não compreendem que ajuda e amor não são mercadorias para troca e que devem ser oferecidos sem exigir ou esperar nada em troca.

A armadilha da mentalidade transacional

O principal problema com a mentalidade transacional é que a pessoa subordina os relacionamentos aos benefícios que pode obter.

Ela entende as relações interpessoais como uma troca da qual precisa lucrar, geralmente em termos emocionais. No entanto, é improvável que reconheçam seus motivos ocultos, pois essa mentalidade transacional é tão arraigada que elas acreditam que seja normal esperar obter vantagens em cima dos favores e de tudo que ela oferece aos outros.

Porém, na realidade, trata-se de pessoas que não são capazes de satisfazer suas necessidades e tentam satisfazê-las por meio dos outros.

– Elas odeiam a solidão e procuram alguém que lhes faça companhia.

– Elas não se amam o suficiente e estão procurando por alguém que os ame.

– Não levam em consideração que o outro também tem suas prioridades, necessidades e objetivos de vida, que nem sempre coincidem com os seus.

No longo prazo, a mentalidade transacional tende a tornar essas pessoas excessivamente exigentes e exigentes.

Elas tentam coletar seus favores. Elas jogam na cara dos outros os seus sacrifícios. E são especialistas em fazer o outro se sentir mal se não conseguirem o que desejam, e acabam recorrendo a diferentes técnicas de manipulação incriminadora.

Na verdade, relacionar-se com uma pessoa que tem esse tipo de mentalidade pode ser muito confuso e frustrante.

É provável que nossos instintos nos façam desconfiar dessa generosidade, dedicação e sacrifício. No entanto, essa desconfiança também pode nos fazer sentir culpados, como se fôssemos ingratos, depois de “tudo o que eles fizeram por nós”.

Na verdade, o que acontece é que essas pessoas nos “pegam” em suas redes. Embora nem sempre estejamos plenamente conscientes, de certa forma intuímos que estamos contraindo dívidas relacionais que depois teremos que pagar a um preço alto.

Não espere receber o que você dá, ofereça o que você é

A alternativa para a mentalidade transacional é cultivar uma mentalidade sensível e empática.

Quando assumimos uma mentalidade sensível e empática, somos capazes de nos colocar no lugar do outro, ao invés de adotar uma postura egocêntrica.

Paramos de amarrar os outros com dívidas relacionais em troca de nossos favores. E entendemos que ninguém nos deve nada.

Começamos a entender que, embora não recebamos tudo o que damos, damos o que somos, e isso é o que realmente conta. Então paramos de procurar amor e damos amor.

Deixamos de procurar ações que nos beneficiem e passamos a realizar ações. Paramos de procurar suporte e damos suporte.

Não é uma simples mudança terminológica, mas uma mudança de mentalidade, de postura, que se reflete em nosso comportamento.

A mente sensível e empática ajuda o outro porque esse ato o faz se sentir bem, não porque ele espera receber algo em troca.

Paramos de construir relacionamentos de “marketing” e de contar favores. E quando fazemos isso, então podemos celebrar como um grande presente cada gesto de amor, cada pequeno sacrifício e cada compromisso que firmamos sem sentir a necessidade de receber nada em troca.

*DA REDAÇÃO HP.
Com informações RT


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