Honoré de Balzac, escritor francês do século XIX, cunhou o termo “balzaquiana” ao lançar o livro A Mulher de 30. O tema central do romance é a vida de uma mulher de trinta anos, que casa com um oficial do exército de Napoleão. Bem resumidamente, após anos de infelicidade conjugal e desgostos, ela encontra o amor verdadeiro.

A obra foi um divisor de águas na literatura por ser a primeira a trazer uma personagem relevante com uma idade considerada madura para a época. Lembre-se, a vida era difícil e a medicina ainda estava engatinhando.

E aqui estamos nós, no início do século XIX. O que mudou nesse meio tempo? Muita coisa! Pra começar, a mais óbvia: nós vivemos muito mais que trinta anos.

Você sabia que a expectativa média de vida do europeu era de trinta e três anos? Então, claro, as pessoas tinham que casar muito cedo, ter filhos, seguir a vida conjugal e esperar não morrer de alguma doença terrível.

Chegamos então nas outras mudanças que a sociedade passou: as pessoas conquistaram cada vez mais liberdade. Graças à luta por direitos iguais, as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho – o que contribuiu para sua independência financeira.

Tudo isso é muito bonito, mas o que muda na prática? Oras, hoje você tem a possibilidade de escolher com quem vai casar. Você tem a possibilidade de eleger seus representantes. Pode escolher ter ou não filhos. Pode escolher o seu caminho.

Claro, há muitas situações na vida que nos deixam encurralados. Às vezes é necessário fazer escolhas difíceis. O que muda em relação aos nossos antepassados é que hoje nós temos algumas facilidades que nos permitem mais caminhos.

Então por que não aproveitar o que temos? Valorize o fato de que você não vai morrer de cólera aos trinta e dois anos de idade, deixando sete órfãos.

Com trinta anos, você tem uma coisa que não tinha aos vinte: dez anos a mais nas costas. E você já parou pra pensar quanta coisa viveu nesse período? Quantas coisas teria feito diferente se tivesse a cabeça que tem hoje?

A boa notícia, meu caro, é que você ainda tem toda a sua vida pela frente. Cada dia é uma oportunidade para consertar um erro, buscar uma nova solução e seguir em frente com o seu objetivo. Essa é a nossa maior diferença da época de Balzac: aos trinta anos, aprendemos com os erros do passado e ainda temos todo um futuro pela frente.

O que você deseja fazer pelos próximos trinta anos? Como você quer rememorar sua vida aos sessenta?

Tenha em mente que cada dia é uma página de um caderno em branco. E, aos trinta anos, você já acumulou vários cadernos. Isso é maravilhoso, porque sempre dá pra consultar o material antigo na hora de fazer a prova!

Aprenda com os erros cometidos ao longo desses anos. Planeje o seu futuro. A beleza de chegar aos trinta está nas inúmeras possibilidades unidas à experiência. Use o passar dos anos a seu favor: você pode estar com uma barriguinha de cerveja, o cabelo já não é mais tão cheio como antes, mas você está mais sábio, mais interessante, mais vivido.

Examine sua vida. É bom tirar um tempo para refletir e pensar no que vem pela frente. Aprecie o que você conquistou e evite comparações com os outros. Aquele seu amigo de colégio pode ter passado no concurso público, seu irmão pode ter uma esposa amorosa e filhos inteligentes, seu vizinho pode ter sido promovido e comprou um carro novo. Não importa. Cada pessoa tem o seu caminho.

Você pode não ter a vida que sonhou quando era adolescente. Você não mora em uma praia paradisíaca tomando drinks em abacaxis, você pode ter dificuldade de pagar os boletos e semana passada pediu dinheiro emprestado pros seus pais. Tudo bem. A grande questão é: o que você pretende fazer a respeito?

Pense nos seus trinta anos. Pense no que aprendeu, evite erros e esteja disposto a sempre se avaliar, se perdoar, e trace uma meta para os próximos trinta. Seja grato ao Universo por ter te guiado a este momento e saiba que você está passando exatamente pelo que precisa para crescer.

Um brinde aos trinta anos!

 

E você? Já tem 30 anos? Está contente com a sua idade? O que quer para o futuro? Conte para a gente nos comentários!






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